quinta-feira, 10 de maio de 2018

Usando areia no galinheiro

DawnSuiter · 11 Jan 2012


Usar areia no piso do meu galinheiro foi uma das MELHORES decisões que já tomei em termos de como cuidar corretamente das minhas galinhas; fazer o galinheiro ao ar livre foi a outra. A idéia é foi aproveitada de um e-book escrito por um criador chamado Charles Weeks, que passou um bom tempo buscando as melhores maneiras de como criar galinhas. Encontrar essas informações foi bastante oportuno, e é um bom caminho quando o assunto é utilizar métodos testados embora não façam qualquer sentido.
Não estou falando da areia do playground dos seus filhos ou da areia das praias, mas especificamente da areia encontrada nos leitos dos rios. Áspera, grossa, cheia de pedriscos e pedregulhos de todos os tamanhos.

Muita gente já experimentou com sucesso a areia comum. Pode ser uma boa alternativa, embora não forneça todos os benefícios que a areia do rio. Nem todo método funciona para todos, mas minha opinião é de que todos devem testar para ver se funciona para seu caso. Algumas razões para testar a areia de rio:

1. Cobertura barata! É possível cobrir 10 m2 por menos de R$ 50,00 por 6 meses ou mais!

2. Excelente esfoliante. Os pés das minhas galinhas são macios e a areia as ajuda a limpar e manter suas penas limpas e bonitas.

3. Granulação natural. A areia de rio incorpora seixos, areia afiada e pequenas rochas de vários tipos, o que facilita a digestão para as galinhas

4. Limpeza rápida. Não há camadas e camadas de fezes por cima da areia e com uma pá de lixo e 5 minutos por dia é possível limpar até 20 m2.

5. A areia é seca e não retém umidade; os cochos secam rapidamente evitando mau cheiro e não retém nenhuma umidade que favoreça o crescimento de bolor ou fungos.

6. É fresca! A areia é fresca e ajuda a reduzir as ondas de calor do verão.

7. Economiza ração! Rações granuladas ou peletizadas não se perdem na areia que tem apenas 2 ou 3 centímetros de profundidade; as galinhas escavam com facilidade e são capazes de comer até o último grão de ração.

8. Esteticamente agradável. Eu gosto da aparência de areia, gosto de ver se tem fezes ou não, gosto que seja uma cor natural e não pareça suja.

9. Ecológica e ambiental. Provavelmente trazida de algum rio próximo, não foi comercialmente processada e ensacada e não utilizou transporte de longa distância. Tudo isso significa menor consumo de energia e combustível!


Mas a areia tem suas desvantagens, e a maior delas é a poeira. Durante os períodos muito quentes e secos do ano ou quando for preciso substituir a areia velha pela nova, o galinheiro fica bastante empoeirado. No meu caso, instalei um sistema de nebulização de água ao redor do galinheiro para os dias muito quentes, o que ajuda a reduzir a poeira. Antes disso eu pulverizava água com a mangueira, que funciona bem.

Mas atenção: ao fazer a substituição da areia do galinheiro, use máscara ou um pano molhado para evitar respirar a poeira. É aconselhável retirar as galinhas pelo mesmo motivo.

Meu galinheiro principal tem piso de madeira compensada e sobre ele espalho a areia. Nos outros galpões, de terra batida, coloco alguns centímetros de areia e a cada um ou dois meses espalho e misturo alguns baldes de areia nova. É possível ainda fazer um substrato de cascalho ou concreto coberto com areia, o que ajuda na drenagem e limpeza.

A troca da areia só precisa ser feita uma ou duas vezes por ano, no máximo. Eu só fujo dessa regra e troco a areia COMPLETAMENTE se receber novas galinhas.

Caso fique muito molhada ou endurecida (empedrada) troco todo o piso. Se estiver apenas úmida ou acontecer um pequeno derramamento de água, simplesmente redistribuo a parte molhada por todo o galinheiro e misturo com a seca.

Atenção: Antes de decidir usar a areia, observe se as pessoas responsáveis pelos cuidados e manejos do galinheiro têm algum problema respiratório, caso em que a areia pode NÃO ser adequada. Grande parte de sua composição é de sílica, uma substância que pode ser prejudicial para os pulmões caso haja exposição continuada. Embora a maior parte da areia seja de pequenos e médios pedriscos e partículas, com o tempo ela vai sendo moída até se transformar em um pó muito fino. Este pó, quando inalado, pode se acumular nos pulmões e não ser expelido. A exposição por longo prazo e a inalação do pó de sílica causa uma doença respiratória chamada Silicose.

Molhe o piso e use máscara antes de trabalhar com a areia velha.

NÃO misture lascas de madeira (maravalha) e palha com areia molhada! Se o seu galinheiro tiver deficiência de drenagem a adição de palha ou maravalha com a areia suja vai tornar o problema ainda pior graças ao mau cheiro resultante!!!


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Ajustando a incubadora
Tim Daniels - 14 de Outubro de 2008
Para alcançar bons resultados da chocadeira, é preciso que essa esteja funcionando corretamente. Não basta o usuário estar familiarizado com a operação ou com o funcionamento da máquina, é preciso observar as instruções descritas no manual do fabricante antes de iniciar qualquer procedimento. Existe um grande número de marcas de chocadeiras disponíveis no mercado, com detalhes construtivos e características próprias. Dessa forma, ajustes e parâmetros específicos de uma máquina podem não ser adequados para outra.

Instalação
A incubadora deve ser localizada longe de fontes de calor e do sol direto, em ambientes de mínimas flutuações de temperatura. A temperatura ambiente deve ser baixa, o que vai facilitar o funcionamento e controle dos parâmetros básicos da chocadeira – verificar o manual do fabricante. O aquecimento do ambiente, além de provocar grandes flutuações na temperatura, “seca” o ar e reduz os níveis de umidade relativa.

Elementos da incubação
Os ajustes e a operação da incubadora dependem de quatro fatores básicos: temperatura, umidade, ventilação e viragem dos ovos. Embora sejam elementos independentes, têm comportamentos intimamente relacionados, influenciando-se mutuamente.

A temperatura correta de incubação
As temperaturas recomendadas variam entre as diversas marcas e modelos de incubadoras. Como dito anteriormente, é ideal que sejam observadas as recomendações do fabricante. No entanto, qualquer que seja a orientação, é de suma importância que seja utilizado um bom termômetro, com boa precisão e resolução. Caso se tenha disponível um termômetro padrão, é aconselhável que se mande verificar sua precisão. Casos de leituras com pequenas diferenças em termômetros de bulbo de vidro de mesma marca e modelo, são mais comuns do que se possa imaginar. Da mesma forma, são comuns as diferenças de leitura destes para os modelos eletrônicos.
Embora a maioria dos bons (e caros) termômetros digitais apresente boa resolução (0,1 ºC), a precisão é baixa, muitas vezes chegando a ± 5% nos aparelhos mais baratos. Deve-se checar a precisão do instrumento antes de comprá-lo. Afinal, 5% em 37,5 ºC é um erro de 1,88 ºC, o que nos dá de 35,6 ºC a 39,4 ºC! Morte certa dos embriões.
A maioria dos fabricantes de incubadoras afirma em suas instruções que a maneira mais segura de ajustar a temperatura com precisão é baseada em nascimentos bem-sucedidos. Dessa forma, se os nascimentos ocorrem muito tarde, deve-se aumentar a temperatura um pouco. Se eclodirem antes da data certa, deve-se diminuir ligeiramente a temperatura. Alguns produtores costumam verificar seus termômetros mergulhando-os em um copo de água morna, certificando-se que não estejam muito diferentes. A seguir, ajustam a incubadora com base em termômetros "conhecidos", que concordam uns com os outros.

Umidade e ventilação corretas
Todas as incubadoras trazem um pequeno recipiente para água que deve ser constantemente reabastecido, em média a cada dois ou três dias. Item extremamente importante, a umidade mal ajustada é responsável pela maioria dos nascimentos mal sucedidos.
Existem diferentes métodos para verificar a umidade, mas o mais confiável (e barato) ainda é o termômetro de bulbo úmido ou psicrômetro (novamente, checar se os termômetros indicam a mesma temperatura). Outra forma, mais cômoda, embora de confiabilidade diretamente proporcional ao preço, são os higrômetros digitais.
Dentre as diversas formas de controlar a umidade, a mais simples se dá pela alteração da ventilação, aumentando ou diminuindo o volume de ar renovado na incubadora. Os índices de UR, no entanto, variam enormemente de acordo com a região geográfica, chegando mesmo, em alguns casos, a atingir níveis baixíssimos, como 10%. Nesses casos, apenas o controle de ventilação não surte efeito, uma vez que a chocadeira trabalha com o ar ambiente. A umidade do ar externo varia consideravelmente de semana para semana e por isso é boa prática monitorar regularmente a umidade dentro da incubadora. Atualmente é possível equipar as chocadeiras com controladores eletrônicos de umidade – equipamento que aumenta razoavelmente o preço final da máquina.

Ventilação
Com relação à ventilação, existem as incubadoras "de ar estático" e as "de ar forçado". Essas últimas são equipadas com uma ventoinha no seu interior e devem ser configurados de forma ligeiramente diferente.
Nas incubadoras de ar estático, uma vez que não há uma ventoinha para "misturar" o ar, ocorre a "estratificação", ou seja, a temperatura aumenta de acordo com a altura. O manual da incubadora Polyn, da Brinsea, recomenda fazer o ajuste da temperatura em 39.2 °C na parte superior da chocadeira (para ovos de galinhas), que vai resultar em 37.5 °C no nível dos ovos.
As incubadoras de ar forçado usam ventoinhas para efetuar a circulação interna, "misturando" o ar quente e proporcionando uma temperatura mais uniforme em todo o interior da máquina (em um mundo ideal, claro – na realidade, existem diferenças). A temperatura nas incubadoras de ar forçado deve ser ajustada nos níveis exatos requeridos para a incubação (por exemplo, 37,5 °C) e pode ser medida em qualquer lugar dentro do fluxo de ar no interior.

Ovoscopia de um ovo mostrando o embrião e a bolsa de ar
Paciência, a mãe das virtudes! É melhor não perturbar os ovos durante os primeiros dias, pois este é o estágio mais delicado de seu desenvolvimento. Depois de seis ou sete dias já é possível observá-los com segurança pela ovoscopia.
Fertile Duck EggDurante a incubação, deve-se vigiar o crescimento da câmara de ar – observada na ovoscopia, na ponta mais redonda do ovo, que chega a ocupar de 1/4 a 1/3 do ovo no momento da eclosão.
O ovo do Pato Corredor Indiano, ao lado, foi observado aos sete (7) dias e a câmara de ar (área clara na parte alta do ovo) assim como o embrião em desenvolvimento (no meio) podem ser vistos claramente.
Nos últimos dias de incubação a umidade deve ser aumentada de acordo com as recomendações para a raça. Esse aumento é conseguido com a inserção de um segundo reservatório de água, embora o nível ideal de umidade possa ser difícil de conseguir. Colocar esponjas ou tecidos de boa absorção na bandeja de água, mergulhando apenas uma das pontas e deixando a outra pendurada, funciona como um pavio, aumentando a área de evaporação, o que ajuda a obter mais umidade.

Colocando ovos na incubadora
Antes de carregar a chocadeira com ovos para incubação, ligá-la com antecipação de 12 horas e desinfectá-la com antecipação de 24 horas. Esses cuidados garantem a estabilização dos diversos parâmetros. Os ovos destinados à incubação devem estar limpos, o que implica afirmar que a higiene dos ninhos é muito importante. Alguns criadores costumam limpar os ovos para incubação com desinfetantes específicos.
Estando a incubadora corretamente ajustada e carregada, nenhum ajuste adicional deve ser efetuado. Caso seja preciso alterar algum parâmetro, é aconselhável aguardar 24 horas para que os ovos atinjam a estabilidade térmica.

Viragem dos ovos
Os ovos precisam ser virados, imitando as ações da galinha. A viragem pode ser manual, com o auxílio de alavancas ou simplesmente virando um a um todos os ovos. Nesse caso, com um lápis, deve-se marcá-los com um “X” para referenciar qual foi ou não virado. Se a incubadora estiver equipada com sistema de viragem automática, o serviço fica mais fácil. Seja qual for o sistema disponível, os ovos devem ser virados um número ímpar de vezes por dia para que eles estejam sempre no lado oposto após toda a noite. O mínimo recomendado é de três (3) viragens por dia.
É uma boa idéia alterar a posição relativa dos ovos no interior da chocadeira, uma vez que sempre ocorre diferentes micro climas. Essa precaução não se faz necessária em uma incubadora de ar forçado devido à circulação contínua e mais uniforme do ar.
A viragem pode ser interrompida a partir do 15º dia. Embora existam diferentes recomendações para diferentes raças, a interrupção acontece geralmente a dois (2) ou três (3) dias da eclosão. Esse é o momento em que a umidade deve ser aumentada.

Hora do nascimento!
Novamente, paciência! Os ovos podem eclodir em intervalos de até 24 horas um do outro. Essa diferença de tempo pode ter como causa o tempo de armazenamento ou condições de incubação ligeiramente diferentes em diferentes partes da incubadora.
FOTO
Durante a eclosão é importante não abrir a chocadeira a fim de evitar a perda de umidade. Abrir a chocadeira durante o nascimento pode dificultar a eclosão, aumentando o esforço dos filhotes para saírem das cascas. Os pintinhos mais precoces, que já nasceram, devem permanecer dentro da incubadora uma vez que precisam estar completamente secos antes de serem retirados.
Os filhotes não devem comer ou beber durante as primeiras 24 horas, uma vez que receberam uma boa quantidade de alimento quando da absorção da gema - é graças a esse fenômeno que pintos de um dia podem ser enviados para todo o país.

Estando os primeiros filhotes secos e o nascimento em andamento, já é possível retirá-los da incubadora para o pinteiro. Removidos, proceder à limpeza e desinfecção da incubadora.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Sobre a temperatura.

Temperatura – geração e controle.

Um requisito fundamental para o nascimento de pintinhos é, obviamente, a temperatura (afinal, por que outro motivo a galinha passaria a maior parte de seu dia assentada sobre um monte de ovos, a não ser para mantê-los aquecidos? Pois é...). Da mesma forma que na natureza, na incubação artificial também se faz necessária uma forma de aquecer e manter a temperatura controlada, sobre os ovos incubados. O calor necessário pode ser obtido de diversas fontes, mas aqui nos interessa, tão somente, o controle de resistências elétricas, mais simples, baratas e “resistentes” (sem trocadilhos), uma vez que sua durabilidade é infinitas vezes maior que das lâmpadas...

Resistências.

Enroladas com fio de níquel-cromo, as resistências podem ser abertas – as mais baratas – ou blindadas. Chamamos de abertas aquelas que, devidamente dimensionadas, são enroladas sobre uma determinada fôrma e têm a aparência de molas - helicoidais. As blindadas são as que vêm embutidas, devidamente isoladas, em um corpo metálico ou cerâmico, com terminais rosqueados e com porcas.

Termostatos (I) – diagramas e macetes.

Já tivemos oportunidade de montar um sem número de termostatos, desde os valvulados, dos bons tempos de antanho, até os modernos digitais, micro controlados. Para quem quer se aventurar – e se divertir! - montando seu próprio controlador, é possível, hoje em dia - graças às facilidades da internet e do São Google -, encontrar uma infinidade de esquemas elétricos de controladores de temperatura.

Alguns dos circuitos que tivemos oportunidade de montar serão exibidos nestas páginas, começando pelo da Fig. 1, construído com o clássico, e impressionantemente eficiente, CA3059. De todos os termostatos que até hoje construímos, este foi o que maior impressão causou, pela simplicidade e precisão. O único problema é que, infelizmente, este CI não é mais produzido, embora existam algumas unidades “perdidas” em estoques alhures...



Figura 1 – Termostato bastante eficiente, de excelente precisão, usando o CA3059. Durante mais de três décadas foi o circuito preferido por diversos fabricantes de chocadeiras, até que as indústrias de semicondutores interromperam sua produção. Existem, ainda, diversas máquinas com este dispositivo. O ajuste da temperatura de disparo do TRIAC (set point), é feito através do trimpot de 2k2 e do potenciômetro, de 1k..



Figura 2 - Termostato simples, com o amplificador operacional 741, também bastante comum em chocadeiras mais antigas. O controle de alimentação da resistência é feito pelo relé, cujos contatos (C e NA) devem suportar a corrente drenada. O ajuste de set point é feito através do potenciômetro de 10K.



Figura 3 - Variação do circuito acima, mais elaborada. A fonte tradicional foi substituída por uma FAST e, através do driver MOC3021, o TRIAC controla a resistência de aquecimento (carga).

Ajustando o set point.


Os termostatos analógicos têm seu ponto de disparo - set point - estabelecido pela posição (que determina o valor ôhmico) do potenciômetro de ajuste fixado ao painel do aparelho. A fim de estabelecer uma escala de leitura, e determinar esta posição através de um knob (mais conhecido por “botão”), é preciso centralizar o eixo do potenciômetro (Fig. 4).

Com o potenciômetro fixado ao painel, girar seu eixo todo para a esquerda. Com um lápis, ou caneta, marcar um ponto alinhado com o rasgo do eixo (ou chanfro, em alguns casos), como mostra a fig. 4a, acima. Em seguida, o eixo é girado totalmente para a direita, onde o segundo ponto é marcado, também alinhado com o rasgo (ou chanfro) do eixo (Fig. 4b). Finalmente, o eixo é posicionado entre os dois primeiros pontos (Fig. 4c), onde será marcado o terceiro ponto, central. Esta é a referência para a fixação do knob ao eixo do potenciômetro, não importando o ângulo que este tenha sido instalado, como na figura abaixo.

Os pontos de referência são marcados por trás do painel (cinza, na figura 5, acima), e o eixo é posicionado no alinhamento do ponto central. O knob é então encaixado e fixado ao eixo, pela frente da máquina. Uma escala pode ser criada posteriormente sobre pontos marcados de acordo com as diversas leituras do termômetro, mas, para isso, a temperatura deve estar bem estabilizada, o que implica um procedimento mais demorado, que será discutido mais adiante, nos próximos posts.

Até lá!

domingo, 5 de abril de 2015

Temperatura em 39ºC negativos...


- Chocadeira plástica GOLDEN para 70 ovos (http://www.chocadeirasgolden.com.br/index.html)




O cliente nos trouxe duas chocadeiras do modelo da imagem ao lado. A primeira não esquentava e exibia o código “E1” no display indicando, segundo o manual do fabricante (COEL), que havia falha de sensor. A segunda, ao contrário, esquentava muito, embora o termostato indicasse temperatura de -39,3º C e UR igual a 0,0%, cravados - pane que não consta no manual...


Imagem 2

No primeiro caso, a simples substituição do cabo da sonda por um cabo manga de 4 vias bastou para resolver o problema. Na outra máquina... também. Por erro na desmontagem (ou mais exatamente, na montagem!), o chip da sonda foi danificado ao ser desenroscado o tubo plástico que a envolve. Felizmente, um contato com a GOLDEN bastou para conseguirmos uma nova unidade (obrigado, Kátia Stipp!!).
Para instalação da sonda, o fabricante da chocadeira fura a chapa acrílica que suporta o motor e a resistência, e aí introduz o dispositivo sensor, fixando-o com a rosca do passa-fio - donde o risco de torcer o chip e danificar a unidade. De nossa parte, optamos por aproveitar o suporte que a acompanha, tão somente fixando-o junto ao furo. Esta medida facilita a possível futura retirada do dispositivo (imagens 3, 4 e 5).

Imagem 3 - Furo na tampa acrílica, com o suporte já aparafusado.

Imagem 4 - Sonda instalada no suporte.


 Imagem 5 - Vista de fora da tampa.

- A tampa da chocadeira – parte crítica, pane crônica.
Imagem 6

A fiação vem embutida, do painel pela base, até sair pelo orifício (A) em curva de 90º. Faz nova curva (B), também de 90º, antes de atravessar a tampa pelo orifício (C) e seguir, em linha reta, para as diversas conexões internas - sonda, motor e resistência.

Ao ser aberta a tampa da chocadeira, mantendo-a fixa em pouco mais de 90º, todos os ângulos dos cabos, em (A), (B) e (C), sofrem deformação (imagem 6, acima). Em situações em que o usuário não tem um apoio para a tampa, acaba por abri-la totalmente (> 90º), quando a deformação fica fortemente acentuada naqueles mesmos pontos. Sem falar na fadiga sofrida pelas dobradiças. O movimento contínuo de abrir e fechar a tampa da chocadeira, que implica em dobrar e desdobrar a fiação, resulta na quebra dos fios dentro do cabo e, obviamente, no mau funcionamento da máquina.

A melhor forma de minimizar o problema seria instalar um limitador de curso entre a tampa e a base da chocadeira.
Imagem 7 - Alguns limitadores de curso.

A solução definitiva, no entanto, é sacrificar a estética e instalar todo o painel principal em uma caixa plástica fixada por cima da tampa da chocadeira, a exemplo de diversos fabricantes.

Uma última observação, para não perder a pecha de chato e implicante. A chocadeira não é “forçada a ar”. Este sistema, quase universal, de distribuição e mistura do ar interno (com temperatura, umidade, CO2, etc), é de “ar forçado” - pela ventoinha.


Pronto. Falei.


domingo, 29 de março de 2015

A maldição da porta de vidro...

Uma solução definitiva contra a quebra da porta da GalinhaChoca...




Porta em MDF... Simples assim.         :-)

Meu primeiro contato com uma chocadeira "Galinha Choca", um modelo para 330 ovos, trivolt (especificações do fabricante), não poderia ter sido mais traumatizante. Outras tantas máquinas depois, o relato dos proprietários é sempre o mesmo. Queda e quebra da porta... Jurei que nunca mais pegaria outra para manutenção, mas a mão "coça" por problemas, sem falar na gasolina que aqui sobe enquanto lá fora, baixa. Mas isto é outro papo. Vamos à minha (malfadada) "primeira vez".

- O susto.

Recebi a máquina com a reclamação de que não esquentava e que já perdera duas cargas de ovos. Ao proceder aos testes iniciais, abri a chocadeira para verificação interna e SPLASH!!! SPLÉÉÉÉM!!! SCRANCH!!! (ou TRIMM ou BELELÉM ou seja lá que barulho foi!!!) Levantei-me de um salto, olhando para todos os lados, meus companheiros desorientados, todos tentando entender... que diabos estava acontecendo?!? Passados alguns segundos, e com o coração ainda na garganta, restava à minha frente uma chocadeira SEM A MALDITA PORTA DE VIDRO e um monte de cacos de vidro esparramados pelo chão... E eu ainda sem entender po...isa nenhuma...

Uma vez "caída a ficha", ao examinar o sistema de fixação da tal da porta o susto deu lugar a um misto de raiva e incredulidade! A droga da porta de vidro, de 6 mm de espessura por cerca 600 mm de comprimento e 400 mm de altura, pesada prá caramba, em TODOS os modelos deste fabricante é presa por um parafuso com ponta siliconada de uma dobradiça de chapa fina parecida com essa...
Faltou pouco para que eu devolvesse a máquina. Mas, e a "honra da firma"? Decidi tocar para a Parte II,

- A saga...

Feita a vistoria, ao ligar a máquina não obtive qualquer sinal de vida. Retirei a tampa do inversor, localizado na lateral direita da chocadeira e, na hora, diagnostiquei: hepatite!! Muita calma nesta hora... O amarelão presente não era mais que o reflexo da fiação do aparelho, TODA em cabinho 18, amarelo.
Mexe daqui, empurra dali, puxa este, levanta o outro, vamos tentando entender.

Um circuito de entrada de rede AC, outro de alimentação de relés automotivos 12 V DC, outro de entrada (de bateria 12 VDC) e saída no inversor (127 VAC), outro de alimentação de relés 220 V, dos motores de viragem (AC), das ventoinhas (DC), da resistência de aquecimento (AC)... Um monte de circuitos distintos, em uma maravilhosa maçaroca de cabinho 18 amarelo... Isto porque, o cara que "bolou" a montagem, tem sei lá quantos anos como eletricista... de automóveis... Xá prá lá. Bola prá frente...

A chocadeira, além de vários itens, vem equipada com um inversor (ROC, claro) de 12/127 V e uma chave HH, que seleciona a tensão de entrada (110/220) do trafo que alimenta um conjunto de relés automotivos.

Estando a chave em 110 V, tão logo aconteça o corte no fornecimento de energia elétrica o inversor é acionado, graças ao desarme dos relés automotivos, e mantém a máquina funcionando. Restabelecida a força, o trafo alimenta os relés que, ao atracar, comutam do circuito do inversor para a rede elétrica. Tudo beleza. Tudo certo, tudo bonitinho. Até que...

O cliente resolve instalar a chocadeira na rede 220 V... Aí, pega!

Além da coisa toda funcionar como mal explicado acima, acontece o acionamento de dois outros relés para 220 V, que fazem a comutação dos enrolamentos dos motores de viragem, do primário do transformador de alimentação das ventoinhas (de fonte de computador!) e do "tap" da resistência de aquecimento. Daí que, ao ligar, "PUUFFF!! ZZZZZT!!". Novos ruídos, e a máquina morre de decúbito central... Invariavelmente...

Quer saber porquê? Pede que eu conto...

E, para quem precisa, vai aí o diagrama elétrico da chocadeira da foto lá de cima, não a do "causo".
Essa não tem o inversor, "apenas" duas chaves HH seletoras de tensão de entrada.


[]´s

Adaptando termostato digital...




Chocadeira Premium Ecológica antiga, com termostato digital adaptado.

Observar, internamente, ventoinha e suportes da resistência.








Vista lateral, mostrando a caixa com o sistema de viragem de ovos.
















Etiqueta de identificação.







O termômetro branco, aferido em laboratório, é utilizado, além de outros, como padrão na regulagem da temperatura de chocadeiras em manutenção.

Na foto, o termômetro padrão indica temperatura interna da chocadeira dentro da faixa de operação. O termostato da chocadeira (em baixo), com leitura de 0,5º C acima, deve ser ajustado para fornecer a correta exibição.